Anagrama
O frio aço corre sem medo
Passeando e deixando sua marca
Pela alma tão vazia quanto parda
Sem lado, sem gosto, sem cheiro
Consolado fora por si mesmo
“O Frio não chegará tão cedo”
Pois confuso Ele já estava
Cansado, vazio, sem nada
Gelada sua alma apagava
A espada corria sem pressa
Ao passo que o inferno em festa
Mais uma vinda aguardava
Pelo Mal guardada Ela estava
À Loucura toda noite rezava
E admirava o infindado abismo
Da torre por Ela edificada
A Ela dedicava a sua jornada
Aos confins de sua mente frustrada
A saltos fartos e largos
Ao final já fadado ao fracasso
Pela Loucura Ela fora abusada
O Vazio deixou-a esfolada
Restando apenas a carne
Por Ele a ser encontrada
Ândalo sem chão a caminhar
No abismo resolveu se lançar
Abraçado ao que ousou lhe deixar
Andarilho sem rumo a rumar
Nasceu homem a se ordenar
Anagrama deixou-se tornar