TRANSFORMADOS
Vi vasos vazios sobre mesas imensas
E jarros secos
Vi rosas despetaladas
E uma menina de longas pernas
a percorrer caminhos dentro do nada
Vi a sombra da noite chegando
E vi a estrela matutina
Vi a menina
A menina
A que corria, pulava e dançava
na imaginação
E era tão bom, tão bom!
Vi erguer-se um muro
Vi o muro desabar
E vi a menina a cantar
A rir, a cantar
A se esbaldar
Era outro tempo então
Ela tinha algo que a motivava
Um amor no coração
Uma paixão?
Ela não sabia
E aquilo que sentia vivia, vivia
Eram dois alienados?
Dois apaixonados?
Dois seres que viviam tão, mas tão distanciados
Hoje a menina das pernas compridas se pergunta
Estão ambos transformados?
Ou continuam parados
…
a olhar o tempo
s esperar do tempo
a sonhar um tempo