TARJA PRETA

Da-me a dose diária

Dois dedos de água benta

Conta-gotas paulatino

Vida expressa

Morte lenta

Santa ou vil é a mão que rouba

O suor lava a fronte

Ao comer se faz faminta

Bebendo não fica tonta

Sangue desce pelo ralo

Suor escorre dos montes

Vestida mostra o pecado

Nua apenas desaponta.

Destrava a língua

Me suga

Me faz teu rinoceronte

Joga a toalha e luta

Surra o rio

Ainda há água

A correr sob essa ponte.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 19/05/2020
Reeditado em 19/05/2020
Código do texto: T6951756
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