TEMPESTADE
A tempestade que inundou essa madrugada
Deixou poças de lágrimas durante o dia
E, cada palmo dessa desvalida estrada,
No abismo grandioso e falso se desfia.
Pois foi mesmo essa chuva que lhe segredou
Aquilo enfim, tão amargamente escutado:
Se o nome em seda suave e fina bordou
E, em nuances de cores, ficou ali bem gravado.
Nessa lágrima de sangue que agora jorra
Só ficou de vermelho ainda mais manchado
E a lua fingida, gargalhando vai à forra.
Pra deixar nessa estrada só um grito trancado.