Quadro negro
Autora; Goretti Albuquerque.
Bem alí em frente à janela
Sentindo um calafrio na alma
Busquei um contorno uma calma,
Não encontrei estrela nem o brilho dela
Onde posso visualizar um cometa a passar?
Talvez com os astros se encontre a brincar.
Nem um floquinho no céu pra me animar.
Por que a roda é contrária a girar?
Se o bom homem ainda espera um novo tempo.
São corações que semeiam no olhar,
Esperançosos por dia sem nenhum tormento.
Meu Senhor, outra vez abre o mar.
Leve as pragas se vão junto ao sofrimento
E fechando a passagem voltemos a sonhar.
Novamente contemplo o infinito.
Tudo está escuro tal um quadro negro.
Com olhar marejado abafo meu grito,
Tento num esboço, tento algo como em um apego.
Nenhuma imagem que não de contrito.
E se ao menos meu peito rasgando rompesse o conflito,
E jorrando alegria e o amor isso seria meu ensejo.
Por que tardas lua imponente?
Banha meu rosto e me traz bom sonho.
Sabes? A humanidade e o Ser estão doentes.
Traga as estrelas e um porvir risonho
Não cabe mais tanto pesar em um ente.
Vem transformar e enriquecer meu sono,
Meu bom Jesus, meu Pai Onipotente.