Reencarnação

Grãos de areia

Numa ampulheta

Eis a definição da nossa vida

Que tanto custa a ser compreendida

Pois pensamos demasiado

E a minha areia vai-se esgotando

Somos partículas finas

Representamos memórias

Emoções

Amores e desilusões

Somos como átomos

Procuramos nos afastar

Do aglomerado para o vazio

Do urbano para o baldio

Sinto-me frio

Resta-me pouca areia...

Antes que me escorra,

Sempre me perguntei

Quando o último grão de mim

Passar pelo estreito de vidro

Quando me esquecerei de tudo

E nada mais sinto

Quando serei nada mais senão

Um monte de areia

Que passou pelo canal da vida

Encontrando, por fim, a sua jazida

Quem é que vira as ampulhetas ao contrário

E qual é o seu salário?

Christophorus Columbus
Enviado por Christophorus Columbus em 10/04/2020
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T6913110
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