Descompasso de um traço

E o Tempo passa, voa, repassa pela vidraça,

Que embaça com meu sopro cansado,

Torno a me cobrar os dias, perdido em noites,

Que com seus açoites me fere, me doma,

Faz minha alma castigada, torturada,

Tropeçar em meu orgulho tosco, que desgosto,

Estamos novamente em novembro primaveril,

Meus olhos ainda não lhe viu...moreno traçado,

Que enrola, que trama, aumenta o drama, e,

Desfaz em lampejos, os loucos desejos deste poeta,

Que brinca com fogo, que afaga o gozo e ri...

Da sina menina, delgada e fina...linha da vida.

Que traça na raça, ao seu coração descompassa,

E rola na cama (de gato), embaraçando esta linha,

Desfila menina, que no seu samba eu posso pousar,

Minhas asas rotas, meu terno amaçado, eis aqui eu...atrapalhado,

Com este poema crioulo, que começou meio tolo,

E passou a ser sério, neste caderno inscrito me arrisco,

Nos rabiscos marotos, encontro seus rostos trigueiros,

Foram os melhores janeiros que alguém pode ter...

Inicia com graça, enche a taça, transborda na praça,

Encontra o assunto de origem, diz a ele com doçura,

Onde vai com pressa sua figura, que não posso acompanhar,

E nesta finda viagem literária volto a praia do Tempo pra descansar...