Desse amor tão testamental

“Quando te tinha diante

Do meu olhar submerso

Não eras minha amante...

Eras o Universo...”

Fernando Pessoa

submerges no meu peito como tudo

bate o músculo da vida por ti mesma

quantas vezes te sinto na alma

como um gesto de força, presença...

sinto nas mãos as palavras

esses dizeres por ti proferidos

aradas sejam as safras que lavras

dona dos gestos cometidos…

sejamos testamento das horas

do corpo que louco beijei

nas ausências que ainda choras

vive também o tempo que sonhei…

não nos sonhamos

existimos realmente hoje

as tuas mãos – gestos – honestidade

no meu beijo – palavra – verdade

deste amor que dói

dói por ser

por existir

sem dor não existiria amor

e eu, eu não poderia – senti-lo

porque amo, apenas por isso,

por amar…

e sem amor,

não seria o universo vazio?

Alberto Cuddel

24/02/2020

22:00

In: Nova poesia de um poeta velho

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 14/03/2020
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