DA JANELA DO MEU QUARTO
Da janela do meu apê
Da janela do meu quarto
Enquadro meu quadro
A meia distância aberta a janela
Enquadro meu belo quadro
Vejo o céu, às vezes belo azul
Outras vezes cinza, fumaça subindo
A noite outro quadro se desenha
Vejo a Lua cheia a brilhar
Apesar da fumaça de óleo diesel
As estrelas até somem da paisagem
A Lua brilha solitária
A noite da janela do meu quarto
Vejo os faróis das formigas metálicas
O brilho piscante das luzes de neon
Buzinas e fumaças, gargalhadas nervosas
Sons musicais desprovidos de poesias
Mas quando me aproximo do peitoral
Vertigem, vejo pessoas como formigas
A zanzar, se esbarrar apressadas
Fumaças de óleo diesel a entorpecer meus sentidos
Vertigens me chamando ao salto mortal, ao chão
Cair para alcançar os céus e limpar as estrelas
Que a fumaça de óleo diesel quer encobrir.
Quero ir para o andar de cima
fechar as janelas com as nuvens
E quando a dor apertar o coração
Decair em prantos de chuvas.