Um metido a poema
olho para cima e vejo no vazio a minha existência
nesse momento a vontade é fugir de minhas injúrias
meus nocautes e flagelações
existir em meio a meteoros, poeira, estrelas, planetas
e quem sabe,
ser engolida por um buraco negro
e dentro dele, ter contato com o nada e, neste momento, ser O Nada
ter me desmanchado por inteira
me banhado no vazio existencial
a calma serena que toca cada molécula
e cospe realidades utópicas, onde apenas um ser humano
pode converter em cor e som.