Um metido a poema

olho para cima e vejo no vazio a minha existência

nesse momento a vontade é fugir de minhas injúrias

meus nocautes e flagelações

existir em meio a meteoros, poeira, estrelas, planetas

e quem sabe,

ser engolida por um buraco negro

e dentro dele, ter contato com o nada e, neste momento, ser O Nada

ter me desmanchado por inteira

me banhado no vazio existencial

a calma serena que toca cada molécula

e cospe realidades utópicas, onde apenas um ser humano

pode converter em cor e som.

Loa Morais
Enviado por Loa Morais em 28/02/2020
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