Na beira

Se fosse bobagem,

Ninguém tinha pressa;

Seria conversa,

Ou história furada.

Como é sério,

Até o Império,

Ficou abalado!

É difícil entender:

Não queremos ouvir;

E o que está por vir,

Todo mundo vai ver!

Do jeito que está...

Bem pior vai ficar:

Nem queira saber!

É um triste lamento,

Já dizia o poeta;

Segura a peteca,

Na hora do vento;

Meu Deus, por favor!

Nos livra da dor,

Deste grande tormento!

Com infinito poder,

O ser que constrói,

A si mesmo destrói,

Em seu proceder.

Desmata, polui...

E com isso conclui

O seu padecer!

Só pensa em somar,

Por tanta ganância,

Desde a infância:

Tudo a conquistar!

E nesta pobreza,

Até a Natureza

Se faz revoltar!

Pobre do homem,

Que não tem consciência:

Visto ser a essência,

De tudo que some.

Não vale a pena:

Quando não se crema,

É a terra que come!

Fenômenos previstos,

Estão a surgir,

E não adianta fugir,

Pois já está escrito!

Sempre vai ter:

E precisamos rever,

O que outrora foi dito!

Enchentes, abalos...

Surgem do nada;

É longa a estrada;

Como evitá-los!?

Se o ser que provoca,

Nem se toca,

Que pisou no calo!?

Meu Deus que fazer,

Se isso é o troco,

Que o cabeça de coco,

Não quis entender!?

Pessoas morreram:

A vida perderam,

Para alguém desfrutar!

Abuso, preconceito...

Doenças sem cura...

Política e injúria...

E muitos defeitos;

Meu Deus nos ajude:

Mais paz, mais saúde,

Para o mundo mudar!

Com a vida vazia,

Troca-se o amor pela guerra;

Expulsa-se da terra,

Quem quer produzir.

Explora, privatiza;

Invade, prioriza;

Fazer consumir.

São tantas igrejas,

Ensinando a rezar;

E o povo não vê:

Se deixa explorar!

É preciso ter fé,

Que se Deus quiser,

Tudo vai melhorar!

Na beira do abismo,

O mundo se encontra;

E o cabeça tonta,

Sem admitir:

Não atiço o braseiro,

Para o formigueiro

Não se assanhar!

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 06/02/2020
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