SIBILA
Você me prometeu o céu
Logo esqueceu do brilho das estrelas
Saí em disparada com meu alado corcel
E não deparei com qualquer centelha
Acreditei piamente na dúvida
Desbravei o azul-anil de incertezas
Não me queixei através de súplicas
Mas é pouco quando só a ilusão sobeja
Os sentimentos eram um emaranhado
De oblongos caminhos e efeitos vicinais
Confesso o quão fiquei preocupado
Mas percorri descalço sobre cristais
Procurei no bolso uma bússola
E encontrei somente um alfinete
Espetado em folha de Mandrágora
Enquanto admoestado ficava meu ginete
Confesso que também senti medo
Mas palavra dada não se desfaz
Levei a mão aos teus cabelos
E você refutou com passo atrás
Nem mais o brilho dos olhos abduzia
Tampouco palavras de um vocábulo ardil
Saudades de provar teu sorvete de baunilha
Do que ouvir o soletrar dos teus lábios frios
* Agradeço a interação poética do recantista:
Pra fornalha do amor,/Que o tempo fez quebranto,/Voltar esquentar no tanto,/Não há santo salvador...// (Jacó Filho)