A estátua do navio
A estátua do navio
A estátua de pedra velha que sou
Aqui está meu tormento
Aqui e agora, engolindo pó
Aqui estou vivo...
Aqui pela manhã serei normal
Aqui vi os nazistas passarem
Aqui vi você chorar
Parado aqui estou.
Onde o tempo não passa
Acorrentado por uma melodia sem fim
Preso aqui estou,
Minha mãe nunca mais vai saber de mim.
No meio da cidade
Todos passam aqui,
Com caras tristes e corações mortos,
Todos os dias.
Minha dor se vai
E a sua também
Aqui onde o Sol não chega
Venha comigo para uma nova vida.
Eu estava cansado de todos,
Aqui em nosso canto
Podemos ser nos mesmos
Você pode vir comigo.
E logo mergulhar no desconhecido
O mundo gira e gira
A nossa cabeça
É uma vez só...
Então pense bem
Você está livre
Apenas acompanhe o velho do refeitório
Ele sabe tudo sobre ser livre...
Andando com ele
Você pode voar sem morrer na queda
E ele tem lidas historias
Abra sua mente...
Ele está velho
Mas quer mais amigos
Ele tem muito a contar.
Acredite nele
Ele esteve lá
Ou melhor
Eu estive lá.
Vamos acabar com as formalidades,
Aqui sou eu
Venha comigo
E vera...
Então pare de chorar
E venha
É sua vontade desde sempre
Engula seu medo
Seu pai ignorante não pode ti ver
Agora é o momento de ser você mesmo,
Para o mundo ti ver...
Eu digo
Garoto você vai morrer
E você grita
Estou vivendo.
É a última vez que passo
Nesse fim de mundo,
Por muitos anos
Eu procurei...
E hoje
Ele caminha até mim
Ti passo as chaves do navio,
Agora ele é sua maldição...
Agora neste pôr do Sol
Eu estou livre,
Para minha terra de fantasia e mentira...
Cristiano Siqueira 18/01/20