Caverna limpa não nasce nada
Pinturas rupestres antediluvianas
adornam o meu sono sem significado aparente
como, bebo, durmo e as paredes estão nuas em retrato
a minha caverna é limpa, desinfetada, não nasce nada.
Quando corro quero parar, quando paro quero voar
as estações e o astrólogo prevem o futuro
com ambiguidades paradoxais, mas no fim é morte
O sentido que criamos ou pegamos emprestado é a escravidão necessária.
Parado em um bar
sorve seu líquido balsâmico mortal
entendeu que só precisa esperar o pior
enquanto as coisas passam e os outros vivem metodicamente.
Um vagabundo pede uma pinga sem prata
O comerciante aproveita e o manda lavar todas as mesas
O sujeito faz todo serviço trêmulo, nauseado...
ele pede duas porque está passando muito mal; "Só dessa vez, não espalha!" e lhe pisca o um dos olhos...