Envidraço-me no Agora
Suicido-me quando acordo,
a morte do eu onírico,
envidraço-me no agora,
onde saio e escovo os dentes.
Os azulejos e seus retângulos,
oscilam minha sanidade,
desfoco o espelho gigantesco embaçado,
onde traço um palhaço descabelado.
As rupturas aparecem a cada passo,
meio cego volto para a cama,
náuseas e imagens de vermes,
derrubam-me para o armário.
Cueca preta, calça jeans, camisa beje,
um sapato cinza e um perfeito otário,
vou respirar bem fundo e prender...
soltar devagar... e ficar bem encouraçado.