Caiena
E ela vem, exalando em ardor
Na boca um brilho de libélulas
Com suas saias
Rodopia o sol
Caiena!
Na cor canela, morena
Reluz!
Com o olhar enviesado
Pela mãe ianomâmi
Amaldiçoado
O homem, velho, criança
Ela seduz
Mas não amará
Quando ainda era pequena
O coração virou árvore
Só quem desconfia
É o sabido sabiá
Que viu Caiena
Aguando em lágrimas
O pé de manacá
Da flor nascerá um amor?
Da folha uma nova paixão?
Não sei, ela não sabe
Só vejo na menina em seus olhos
Uma imensa escuridão!