Bruxa Estelar
Os objetos começaram a me olhar,
Uma escova de dentes encara-me,
Minha imagem no espelho é um estranho
esta folha de papel é um algoz.
Tudo exige-me utilidade,
o meu lápis castiga minha mão,
a borracha quer apagar tudo
e o cérebro exige sua função de alienar.
Ouço vozes que sei que são minhas,
essas vozes ecoam nas paredes,
em ângulos retos, oblíquos, aleatórios
e em cada dedo o tato transmuta-se em olhos.
Caos,
Alguém disse que do caos nasce uma bruxa estelar,
mas vamos voltar ao banheiro,
olhar o estranho e escovar os dentes.