Ponta-cabeça

Num mundo de ponta-cabeça

Tudo assemelha, muito igual ao que é

Só que as coisas não estão de pé

O fundo, mesmo que tenha cor clara

Parece sempre meio escuro

E é achatado, plano, como um muro

Tem coisas altas e largas

Mas em nada há profundidade

É como a foto de uma cidade

Estranho, mesmo estando parado

O ambiente sempre fica a tremular

Ou será que é minha vista a falhar?

O mundo, embora bem divisado

Se espalha em caos e confusão

Ao simples toque de minha mão

Em ondas vai e se desfaz

Dilatando-se, fugindo de meus pés

Pois deitado é como és

Mas - meu Deus! - por que isso intriga?

À realidade volto, rindo-me, divertido

Pois o que vejo está na água refletido

Eudes de Pádua Colodino
Enviado por Eudes de Pádua Colodino em 20/09/2019
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