Cacos de um reflexo
Os reflexos de um relógio
Batem incansavelmente
Até a exaustão
Quebrando-se em muitos cacos
Espalhando-se pelo chão
Num tapete brilhante
Resíduos de pulsação
Sopro de uma brisa
Beijo de verão
Epiderme consumida
Pela dor, expiação
O vermelho saúda a terra
Em uma triste relação
Contornando os pedaços
Em total oblação
No rio se joga o laço
Sem rede
Naufraga o colchão
Rasante pelo ar
Determinação
Esperança no olhar
Respiração
Num último suspiro
O vento leva vestígios
Por sobre o vulcão
Queimando as asas
Em total combustão