Virando o barquinho
Vou virar mais esse barco que ninguém vai reparar
que ao contrário ele vai quase sempre andar.
Chega do SOL assar!!
Não estou pronto pra tanta água carregar
e nem sei se o céu me ajudará.
Como não só de mim vou depender,
sempre ao norte irei recorrer.
E caso me afunde em alto-mar,
terei que sozinho meu barco (des)virar.
Uma coisa é certa: de tudo vou enjoar.
Esteja eu encalhado na areia
ou preso no fundo do mar.
Vou ser um barquinho que ninguém poderá tocar,
viajarei com a ajuda dos ventos
e temporais irei abraçar.
Gaivotas iram sobre mim voar e
com os peixeis e sereias irei prozar.
Posso estar sozinho em cima do mar,
mas de baixo dele um mundo
de criaturas espero encontrar.
Se caso pareça só mais um barco em alto-mar,
não se esqueça da sua bandeira balançar.
E caso queira comigo se juntar,
vire o seu barco e deixe de nadar.
São quase todos que conseguem sobre as águas boiar,
mas somente eu busco no fundo do mar
o meu barquinho um sentindo encontrar.
E vou subir até das águas sair pra poder em
pé no meu barquinho, enfim respirar.
Posso ser só mais um barco nesse mar,
mas o meu pelo menos acredito que saiba pilotar.
Mas caso enganado esteja, vou com esse
barco continuar a boiar.
O vento pode me balançar e de
um lado ao outro me jogar.
Mas ainda preso nesse mar
ou emborco essa canoa,
ou deixo de nadar.
Sem medo de me afogar,
vou engolir cada gota desse mar.
E assim meus pulmões vão estar:
não mais com ar, mas cheio de
água do mar.