Pro tudo
Não ponho embalagens novas
em conceitos ultrapassados...
naquele velho retrato
nada sobrou de mim...
até meu raro sorriso
tornou-se um quadro arcaico
sem aspirar tal destino
o meu olhar desbotou-se...
é o fim
ou o mundo que transformou-me?
e agora, no que inda posso crer?
aos quatro cantos há um ego
e a minha cisma diz
que elos não existem mais...
que tudo é irreal
que a vida é uma ilusão:
ensejos, desejos...
são tolos os que anseiam
ter um mundo em suas mãos
se em nada mais há sabor
nem o doce mais satisfaz
o que me basta é a paz
o amor e a comunhão.