Quando o café esfria

Já fomos melhores antes...

Mais do que amantes, um do outro

Elétrica relação, real atração, eufórica ação

De corpos atômicos e seus elétrons

Êxtases irregulares que se atraem e se expulsam

Cafeína! Às vezes, Capitulina

Hoje já tão distantes, te vejo esfriar

É claro que lamento

Já não somos inseparáveis

Tu me aceleras o pensamento

E quase não penso de tanto pensar

Tu és três doses de alcaloide trimetilxantina

E uma leve brisa canábica de um devaneio de veraneio

Calor umbro numa xícara alva a vogar liquidifeitos um dentro do outro

Te recuso! Pois turba-me todos os sentimentos...

E distorce todos os padrões linguísticos

Com teu aroma familiar

E sabores característicos

Rouba-me de mim mesmo

Em novos vícios

Nenhum deles escapam ao olhar

E te vejo esfriar, esfriar e esfriar