Ponto cego
sou singular, sou plural
de muitos singulares,
de volta para o futuro
confuso, complexo,
contraditório, poético
nesse universo paralelo
de bordas imperfeitas,
onde acabam ou começam?
onde vivo ou estou?
apenas voo num simulacro
de movimentos
meioses, mitoses, fagocitoses
dermatoses e neuroses
reações químicas
físicas e matemáticas,
o cosmo entrópico
vivo o verbo,
desfaço a lógica
na verdade chinesa
de Emílio Santiago
apenas sento em casa
à vontade, a tristeza passa
pelo copo e pela sala
a escusa para a lamúria
é todo o sempre
ordinária