Ponto cego

sou singular, sou plural

de muitos singulares,

de volta para o futuro

confuso, complexo,

contraditório, poético

nesse universo paralelo

de bordas imperfeitas,

onde acabam ou começam?

onde vivo ou estou?

apenas voo num simulacro

de movimentos

meioses, mitoses, fagocitoses

dermatoses e neuroses

reações químicas

físicas e matemáticas,

o cosmo entrópico

vivo o verbo,

desfaço a lógica

na verdade chinesa

de Emílio Santiago

apenas sento em casa

à vontade, a tristeza passa

pelo copo e pela sala

a escusa para a lamúria

é todo o sempre

ordinária

Jady Tariane
Enviado por Jady Tariane em 16/07/2019
Reeditado em 28/03/2020
Código do texto: T6697164
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