A SOMBRA DO INVISÍVEL
Companheira inseparável
vai velar minha presença
a morte dali não é feita a de cá
ocupou-se a me odiar
desdenhar de minha ausência
vai dançar em minhas exéquias
destroçar e fazer peça
nem quero saber o que pensas
E quando eu estiver longe
mande um beijo fatal
daqueles que soam febril
mais que um petardo, um ardil
dantesco como golpe de punhal
não quero ser mais amante
de quem goza sem ficar ofegante
pensando naquele lá
prefiro beijar tua sombra
abortar minha sanha antes de ejacular.