A SOMBRA DO INVISÍVEL

Companheira inseparável

vai velar minha presença

a morte dali não é feita a de cá

ocupou-se a me odiar

desdenhar de minha ausência

vai dançar em minhas exéquias

destroçar e fazer peça

nem quero saber o que pensas

E quando eu estiver longe

mande um beijo fatal

daqueles que soam febril

mais que um petardo, um ardil

dantesco como golpe de punhal

não quero ser mais amante

de quem goza sem ficar ofegante

pensando naquele lá

prefiro beijar tua sombra

abortar minha sanha antes de ejacular.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 13/07/2019
Código do texto: T6694802
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