Nuances - A dualidade do ser - V
Quando por tempo
nos alimentamos de
dissimulados céus
pensamos que
urubus são anjos
e que somos apenas
o desejo do voo que
realizam,
quando por tempo
vivemos com sombrias
aves nos esquecemos
de nosso próprio
revoar e rastejamos
na sombra do
esvoaçar algoz;
quando por tempo
esquecemos que somos
águias alimentamos
fartamente os monstros
que nos beijam,
então, nada mais nos
resta que
definhar a cada
beijo nos escombros
muito bem disfarçados
em sorrisos esquálidos...