SANGUE DENSO
Nunca pensei que o sangue fosse tão denso em minhas mãos
na escuridão cheia de lágrimas de um acaso
na negra noite além do neon e da estrela da manhã
nossas almas correm perdidas em labirintos
será que nós vivemos à altura da eternidade?
ah! a tua voz ecoa
relâmpago nesta caverna de almas decadentes
serpentes pendem dos galhos e cipós
pesadelos e pecados surgindo como maçãs caídas dos ramos
cada um de nós
sendo uma constelação perdida no espaço
ou uma ilha desconhecida da civilização
oh! forças que duelam
eterna luta de capa e espada a fim da sobrevivência
condenados a se repetir pra sempre
em universos paralelos e ciclos eternos sem fim
um poeta louco em seu delírio sem igual
nos disse ao pé do ouvido a eternidade é apenas hoje
o tempo é repetição
em ódio veio a vingança
em violência a faca penetrou em suas veias
qual zombaria uma risada no escuro no entanto:
ah mermão
com veneno de víbora não se mata um dragão
condenados estamos a viver cada instante vezes e vezes
se a dor parece infinita
é porque o beijo é urgente e sem hora para acabar