O QUE SOU?

Questiono-me feito vertigem e fumaça

Espantosa fúria que vem, passa...

Atiro-me ao vento

Reluto a farsa em protesto

Vasculho-me depois, antes observo,

Pesco a essência por completo

Sugo a seiva e me contento

Faço trilhas, cubro tetos

Neutralizo a magia lírica

Dou hora para não marcar

Marcado já é o tempo que corre, morre...

Percorro o cortiço revolto a verter lavas bravias

Reciclo as águas cristalinas

E gozo a vida num vácuo de cinzas

Diversifico sórdidos e submissos

Analiso a epopeia do infinito

E parte de mim torna-se lenda, um mito.

ROSANA ALVES
Enviado por ROSANA ALVES em 23/09/2007
Reeditado em 04/06/2024
Código do texto: T664679
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