Mesmo na noite
As flexas que acaloradas pelo sol
Acertaram o meu peito
Incendiando meu dia
Em todo seu aspeito
Transformaram-me em brasas
Com todo seu efeito
Se desfizeram em fumaça
Sumindo no ar
Restando apenas cinzas
No lugar
Quando a escuridão
Visitou os meus olhos
Em toda sua vastidão
A noite bateu à minha porta
Levando-me em seus braços
À beira do abismo
Enquanto o chão tremia
E tudo em volta desabava
Rachando a montanha
Que de nós se erguia
A tua imagem agora é estrela
Que queima distante
Em minha noite
Sua presença é minha sombra
Da qual nunca posso me livrar
Atravessa minhas paredes
Meu labirinto consegue penetrar
O teu coração
Palpita ao mesmo tempo que o meu
Sou o corpo
És as asas que me leva as alturas