Poesia molhada
Olho a poesia e vejo um rio
Febril e forte
Poderoso em seu leito
Nos seus ritos e passagens.
A poesia é miragem é rio que corre
É desafio de coragem
Na busca insana do sonhar.
E a poesia com suas vertentes,
Escorre aflita e depois deságua...
Quando nascente, desce como cascata
Em dias claros, nas noites enevoadas.
E no correr destas águas, vazantes serpenteadas
É teia e sustentáculo de poetas
Que abstraem, mais que tudo, a dor
E a poesia no seu pleno esplendor
É pastora vigilante da palavra
É flecha de fogo no arco
Mutante e aquoso avatar
Musa derradeira da madrugada
Primeira dama dos que sofrem por amar
B a t