Sanatório do Abandono
Eu me embebedo do desejo,
Pois ainda não sei o que é real e o que é sonho.
O maestro da dúvida
Abre o mar de sangue,
Pois o sangue do homem derramado
É o desgaste efêmero
Da resposta do dia seguinte.
Enterrar-se sobre o ácido corrosivo de nossas veias,
O coração de ferro pulsa alimentado pelo ódio.
Paz? As baionetas fazem da lâmina registros de óbito.
O que é realmente morrer?
Torturar-se na certeza que um dia será o mesmo que o outro,
Enquanto que restar os relógios de bolso,
Saudosistas definham no sanatório da abandono.