Àrvore ressequida
Minhas folhas amareladas
Desprenderam-se da àrvore
Tornando-me sombria
Vazia
Enquanto aos poucos me desfazia
Pedaços de mim
Se esvaiam
Invadindo espaços desconhecidos
Enquanto eu ficava
Em galhos
Frangalhos de uma estação
Que tinha como objetivo
Magoar meu coração
Quando todas as folhas se foram
Me tornei assombrada
Num recanto desprezada
Sem retorno
Apenas uma sombra
Refletida no solo
Do que fui um dia
Em primavera
Cheia de cores
Frutos
Flores
E alegria
Cheia de magia
As nuvens choraram
Minha desgraça
Se compadeceram
Ao me ver ser motivo
De piada
Desprezo
E em agonia
Constantemente a morte pedia
Ressequida
No solo que me acolhia
Ainda esperançoso
De me vê
Voltar a sorrir um dia