Travas Soltas da Prisão Literária
Na calma meu engano alegra a pureza,
Por mim chora os pássaros que me vêem,
Em que não posso sentir-me seguro sem,
E depois apoias a mim o detalhe fraqueza.
Não sei se diante à mim, meu eu se decai,
Pois assim tanto sejas menos adorável,
Ainda podre de alma descansável,
E assim no meu coração tu não morais.
Respiro poesia que me trouxe o vento,
Era signo de algo inócuo, inalei-os,
Sedento, pela imaginação olhei-os,
Fértil mansidão, por mim, trago à cento.
Observo-lhe por fenda, funda, lascenta,
A ti, meu amor por oferenda, pois visai-vos,
Inofensiva, seguiste até sangue, e olhai-vos,
Petrificada à perdição, vê-me em desavença.
Sentença de aspereza, como vales mortos,
Á pátria de um povo cheio de esperanças,
O encontrado, mas não esperado matanças,
Horrípilo averso do desejado, sem outros.
Vejo já sem essência, o há das manhãs,
Afugenta-me o perder da esperança,
Recôndito o olhar da alma mansa,
E decreto-me inócuo das entranhas.