Menininha

Lança te pois menininha, ao som dos baluartes e nas luzes do candeeiro

Afugenta teus algozes das amarras e te liberte, assim vós te ordeno

Sirva ti da liberdade dessa maldita prisão do desespero

As chagas não te acompanharão, nem mesmo os atalhos desse seu inferno

Ah, mas teu céu é tão límpido que te chama, ti roga e implora seu destino

Vás então menininha, escolhas o caminho e se adentre no desconhecido

Entremeie aos arbustos, proteja ti dos guardiões malvados que te seguem

Siga, porém, os odores e se defenda dos espinhos impregnados com enxofre

Avista-te da luz que te perneia, se cubra com o manto da sabedoria

Alimenta te com a esperança de quem já morreu por muitas vezes

Abandone e se livre dos pensamentos, vá agora, a liberdade ansiosa aguarda ti

Vá menininha, e que seus feitos sejam bradados aos quatros cantos

Anjos e querubins levarão teu nome as alturas e será bem-vinda

Não olhe para traz, o que ficará será enterrado nas memorias perdidas

Viva menininha, serás tu na terra o anjo mais belo do senhor

Adeus menininha, esperarei no final dos tempos, onde nossos olhares se trocarão

Saberei então que escolhestes o atalho mais certo, voe menininha...voe