caiçaras

a mulher e a bordadeira

esperaram a noite inteira

o homem voltar do bar

não era bar, era o mar

suarento o jangadeiro

tomou dos peixes o cheiro

de fumaça, que fumaça!

o jato azul que passa

voa direto a janeiro

e o peixe de moqueca

impregna a pele rude

e as palhas secas do teto

espalhadas pela areia

rosadas abóboras

hoje a janta é cheia

Publicado no livro "poesia de segunda" (2011).