V A I D A D E
Francisco de Paula Melo Aguiar
Vanitas, vanus!
Vôo, oco, vazio...
Hipocrisia de humanus
Ser e não ser, baldio.
É a base do deleite
Da posse de dote...
Físico, material, enfeite
Intelectual real, sem trote.
Da riqueza material
Dote real imaginário...
Superioridade do ser desigual
Máscara do ser e não ser otário.
Amesquinhado, ofendido
Ah! Quando confrontado...
Desfavorável ao indivíduo
Vira a mesa, sente-se ferido.
O ser equilibrado, talento
Tem ciência do que fala...
Do ser e do não ser, atento
Visão de tudo, sem vara.
O ser humanus é estranho
Faz guerra entre vivos...
Dar flores aos mortos, insano
Quer céu ou inferno, inclusivos.
Na visão cega dos humanus
Toda honra está na morte...
E não no ser vivo, profanos
Jogada na sarjeta, boa sorte!