Derrocada do princípio do fim
Garrafa púrpura de incandescente cor
coaduna orvalhos
No invólucro que envolve o estéril líquido da vida
Ensanguentado, escarlate, cor gélida e pétrea.
Sob o recipiente, diversas matizes circuncêntricas
Do vermelho sangue ao rosa-cadente que empalidece
Na energética luz vítrea.
Áurea mortalha da luz sonora
envolve, embala os seres semimortos.
Invisíveis raios languidos: fincam, desnudam a carne, estremece
As vísceras dos míseros insetos na vã tentativa de desfrutar
A quintessência da morte – a viscosa vil gotícula solidificada
Além da vida.
Rastejam no furor da inaudita violência do Líquido e da Luz – na sequidão
Na fútil esperança em direção ao oásis encopado. O celeste paraíso.
No árduo percurso.
Vão-se as asas: A diligência.
Vão-se as patas: A independência.
Vão-se as antenas: A consciência.
Perto da garrafa, na inexistência de qualquer pulsar
Alguns vestígios esvaem-se carbonizados.
Atrás do infortunado aventureiro: exércitos marcham para a
Derrocada do princípio do fim.