CONTO DA ESTRELA ACORRENTADA
Paredes cinzentas
Quarto sombrio
Sufocavam-lhe a alma
Espaço vazio
Corpo sedento
Precisando de àgua
É fogo
É frio
É deserto escaldante
No mesmo lugar
Porta trancada
Nos punhos correntes
Falta de ar
A chave tão perto
E tão distante
Monte a escalar
Mundo tristonho
Espaço medonho
Vozes a lhe acusar
Pela fresta
A luz penetra
Esperançosa
Cantinho restrito
Pequeno brilho
Vem iluminar
Do outro lado
Existe algo
Vem despertar
A imaginação
De um coração
Máquina
Um mundo novo
Desconhecido
Põe-se a sonhar
Belas notas
Caem tristonhas
Formando um mar
Água salgada
Solidão
Peito a vibrar
Lábios rachados
Sofridos
Selados
Começam a se esforçar
Alguns gemidos
Balbucionam sangrando
Música
Quarto invadido
Correntes caindo
De pé está
Toca no trinco
Vira a chave
Livre pra voar
Estrela cadente
Passa
Sente
Realizar