Fábulas da Lua: o ocaso I
"Há pessoas para as quais o crepúsculo é o prolongamento da aurora.
Machado de Assis (in "A Mão e a Luva")
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Do ocaso a Lua é poetisa
A alma de canto tão símplice
No céu estampa a luz lisa
Do amor a imagem, a cúmplice
No tempo a ação paralisa
Finda a tarde e o belo é dúplice
O ocaso um mar de poesia,
Deita o sol crepuscular:
A noite a Lua anuncia!
O poeta a vê, quer a amar
Esquenta a lira antes fria
Menina eterna, anda no ar...