Luz e sombras - Encontros - XXII
Cala-te
e cala teus
medos, enquanto
emudece-me
e silencia meus
receios,
cala-te,
ouço-te
além de nossas
pequenas compreensões
e te faço verbo sem tempo
e sem espaço,
cala-te:
nossa poesia
já grita e nosso canto
já faz eco em nossos
olhos em chamas,
cala-te,
porque as
pedras nos olham
e porque as rosas
nos sorriem,
cala-te
e sê o canto
que faz-me
riso,
cala-te,
no tempo que te faço
infinito nossas vozes
encantam as estrelas,
cala-te,
porque vejo-te
além de suas máscaras,
mas quando
eu quiser
gritar:
apenas me cale
dentro do seu aconchego.