O epelho que reflete a alma.

Um rosto desconhecido

A se olhar no espelho pela manhã

Perguntou para a eternidade

Quem foi que conferiu

Essa autoridade, tão limitada

Pra que o espelho refletisse apenas

Algumas formas ainda perfeitas

E aquelas imperfeições tão pequenas

Coisas que não dizem nada

Sobre aquele rosto que fitava a própria imagem

Será que o segredo da vida

Era saber ornar ou diferir

A imagem refletida

da persona daquela alma

Escondida na calma ou na ausência desta

E que se faz a presença mais constante

Em cada momento da vida

Se um dia, nesta longa eternidade

Inventarem espelho que reflita

Não a imagem que se acredita, pois esta é bobagem

Mas a figura real e sem igual de quem se é

Pois seu medo era saber

Que se um dia não lhe for mais possível

Ocultar ao mundo os seus segredos

O que será que lhe resta?

Edson Ricardo Paiva.