Idílico (Ode ao Dragão de Senhor dos Anéis - Tolkien))
Entre suas escamas deténs poder.
Seus olhos flamejantes vislumbram mundos.
Sua cauda pontiaguda transpassa reinos, empala imperadores.
Dentes como lanças e um hálito que incinera tudo.
Seu poder vem do ouro.
Cavernas te escondem.
Muitos o repelem,
Tolos o idolatram.
História da história,
Mítico, fantástico, reencarnado,
Mago milenar injustiçado.
Implacável.
Alado, auto fecundado.
Perpetua-se na própria morte,
Ninguém o pode destruir.
Encontrá-lo é destino ou sorte?
Alaúdes lhe entoam lendas,
De contos gentis, outros tenebrosos.
Escuridão e redenção,
Fogo e ossos.
Esculpido no útero da terra
E forjado pelo sol.
Não és bom, nem mal, apenas visceral.
Resplandecente, caótico e incógnito.
Dos fundamentos és a tradução do infinito.
Início e selo de todas as eras.
Traz o vento e a tempestade no bater de suas asas,
Invulnerável e invisível aos mortais.
Oh incansável e majestoso verme rude,
Fecundas, corrompes ou empobrece.
Ser sagrado como o fogo que purifica.
Nascido da solidão e mau humor do Éter.