Idílico (Ode ao Dragão de Senhor dos Anéis - Tolkien))

Entre suas escamas deténs poder.

Seus olhos flamejantes vislumbram mundos.

Sua cauda pontiaguda transpassa reinos, empala imperadores.

Dentes como lanças e um hálito que incinera tudo.

Seu poder vem do ouro.

Cavernas te escondem.

Muitos o repelem,

Tolos o idolatram.

História da história,

Mítico, fantástico, reencarnado,

Mago milenar injustiçado.

Implacável.

Alado, auto fecundado.

Perpetua-se na própria morte,

Ninguém o pode destruir.

Encontrá-lo é destino ou sorte?

Alaúdes lhe entoam lendas,

De contos gentis, outros tenebrosos.

Escuridão e redenção,

Fogo e ossos.

Esculpido no útero da terra

E forjado pelo sol.

Não és bom, nem mal, apenas visceral.

Resplandecente, caótico e incógnito.

Dos fundamentos és a tradução do infinito.

Início e selo de todas as eras.

Traz o vento e a tempestade no bater de suas asas,

Invulnerável e invisível aos mortais.

Oh incansável e majestoso verme rude,

Fecundas, corrompes ou empobrece.

Ser sagrado como o fogo que purifica.

Nascido da solidão e mau humor do Éter.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 04/11/2018
Reeditado em 27/04/2019
Código do texto: T6494536
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