Que água!

Bebi água de fogo

de formigas que não mordem,

dos espelhos que nada refletem,

dos piolhos que nada coçam.

Compondo veredas, caminhei

nas largas estradas dos gritos de crianças,

meio à zoada de alianças

em triste veio do poeta

onde habita em mim a minha casa.

E nos alpendres do céu

pus a rede que ganhei no inferno

e de porta em porta

e janela em janela

nada se abriu

para que eu pudesse ver a rua,

quase nua

deserta...