Além das sombras - Vazio - XCIV
... depois de tantos
passos entre
- bosques,
- florestas,
- porrões,
- céus,
- nuvens,
- infernos
- e águas turvas
aquieto-me
num deserto
para matar fantasmas
e antigos versos,
aquieto-me
para ouvir a voz
dos anjos
dissimulados,
aquieto-me
para vencer
os ruídos das
asas antes
alimentadas,
aquieto-me
para tirar dos ombros dos
deuses o peso dos destinos,
das dores e dos partos prematuros,
aquieto-me
porque é necessário
dissolver as rimas
que não servem ao ser,
aquieto-me
porque poesias
dormentes serão
sempre pó para alimentar
ventos mais fortes,
aquieto-me
para com maestria
liberar os verbos e versos,
aquieto-me
para ser mais que um
animal intelectual!