Plumas para um véu à minha noiva morta
Disparo em ventanias obscuras
Buscando plumas para um véu à minha noiva morta
Mas de alguma forma amanhece no jardim
E ela fica por um tempo na memória
E some como se estivesse voando
Por um pequeno e inexprimível céu
Sua boca minúscula me leva ao êxtase
Como um menino que viu um rio
Pela primeira vez
E o rio é intenso como os versos iniciais de um poema ruim
Que eu mesmo escrevi
Quando não sabia me perder... e me perdi
Disparo em rouxinóis palavras e movimentos
Vazios e coisas afins, partindo de um lugar inexistente
Para uma alma tranquila que verse
Sobre a magia da dor
O coração acumula mágoas
Mas o brilho dos teus olhos as dissipam
Tudo está parado; no entanto, nada é real...