Quem pode entender a primavera?
Hoje mergulharei nas pétalas de um jardim,
E sentirei a brandura dos ventos tocarem um jasmim...
Nesse mergulho acompanharei o vento e junto dele me libertarei...
E com a voz de um canário gritarei, mas onde recairia meu esforço?
Seria nas gélidas fontes dos rios?
Ou nas quentes espumas das ondas?
É triste não saber...
Mas nesse ir e vir, milhões de folhas anuncia minha identidade...
E nesse destino lendário só consigo pensar nas asas de um condor...
A se perder no céu...
Que raios de sol impulsionará suas esperanças?
É triste não saber...
E nesse entardecer tão colorido...
Confundo a beleza das flores com as aquarelas vivas, advindas das borboletas...
E bem ao longe sinto minha essência a se desprender de mim e a devagar pelo horizonte...
Nos vales a silenciar...
Brotaria em qualquer abismo...
Mas quem pode entender que a primavera, por onde passa, a tudo quer germinar?
É triste não saber...