Furacão

E lá se encontrava meu estado de espírito,

Era o menino da enxada e da longa estrada,

Suor no peito, coração negro,

Cuspia lamúrias,

Seus olhos tinham a cor da frustração

Sentiu o gosto da miséria impregnar sua língua,

E á noite dormia aos braços do desvario,

Nas mãos, calos e cicatrizes,

Nas costas, asas de cera para encenar o teatro da vida breve,

O espetáculo da morte

E lá se encontrava meu estado de espírito,

Era o menino entre becos e esquinas

Era o menino da fome. Fome de razão,

Foi-se o menino em milhares de cacos,

Ouviu um grito de paz,

E desapareceu na boca de um furacão

Bárbara_Marques
Enviado por Bárbara_Marques em 19/08/2018
Código do texto: T6423862
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