flor de asfalto
Os pés suaves calçam o chão
e de hora em outra,
mãos sucintas mergulham no asfalto
um sonho urbano;
raízes anarquistas que destroem calçadas
lixos transbordantes e rebeldes
Asfaltos lambidos pelos pneus dos carros;
Olhares não dados, mal trocados
Lá sai o arlequim dando bom dia a todos
Aos homens, macacos e pedras
Entre buzinas e sabiás
e no meio do concreto pesado e indiferente
nasce aquela flor;
que sede é essa
da natureza
de existir
de ser como é;
Seria Vontade
de nascer, de brotar, de viver
Seria o Verbo
que comunica a essência
em sua mais intima veemência;
És flor rebelde
do asfalto,
Em sua força e resistência