Uma Perfeita Penumbra
O silêncio acomodado da dimensão intocável
penetrado foi, por violento disparo
de sentimento estilhaçado. Uma alma
deslocada e perdida... de plena definição.
Frágil como seda, rasgada com a palma
de aço - triturador de sonho tão raro,
num breve momento/instante efêmero
da corporeidade íntima e belamente nefasta
que causa a sede esfomeada em muitos lábios.
E a mão, que não vislumbra,
engana o olho insensível.
O ouvido, sem poder saborear,
deixa a língua surda.
Só resta o olfato, cujo sentido lhe escapa
num instante breve/momento efêmero
da mística sensível dos corações sábios,
quando surge o doce aroma da nevasca.
Sim! Submeta o meu corpo, temporal inexpugnável!
Transpirado o meu disparo, o céu ecoa - que terrível
o galope feminino encoberto numa capa
de domínio! Acelerando no meu cume, chafurda
sobre mim - ápice claro, clímax visível
que me oculta/esclarece... em uma perfeita penumbra.