Uma Perfeita Penumbra

O silêncio acomodado da dimensão intocável

penetrado foi, por violento disparo

de sentimento estilhaçado. Uma alma

deslocada e perdida... de plena definição.

Frágil como seda, rasgada com a palma

de aço - triturador de sonho tão raro,

num breve momento/instante efêmero

da corporeidade íntima e belamente nefasta

que causa a sede esfomeada em muitos lábios.

E a mão, que não vislumbra,

engana o olho insensível.

O ouvido, sem poder saborear,

deixa a língua surda.

Só resta o olfato, cujo sentido lhe escapa

num instante breve/momento efêmero

da mística sensível dos corações sábios,

quando surge o doce aroma da nevasca.

Sim! Submeta o meu corpo, temporal inexpugnável!

Transpirado o meu disparo, o céu ecoa - que terrível

o galope feminino encoberto numa capa

de domínio! Acelerando no meu cume, chafurda

sobre mim - ápice claro, clímax visível

que me oculta/esclarece... em uma perfeita penumbra.

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 14/07/2018
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6389595
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