Delírios Deliciosos
Beijando ferida podre
Comendo banana crua
Imagino tua alma
Toda suja e toda nua.
Trepando numa figueira
Lascando o meu pulmão
Viro morto, morto-vivo
Remoendo meu irmão.
Cuspindo na tua boca
Bebendo todo o pus
Busco vida e acho morte
Busco treva e acho luz.
Manifesto minha ira
Através da poesia
Busco ódio e encontro amor
Acho raiva e poesia.
Parindo podres palavras
Vomitando fezes porcas
Fico todo nauseado
E sujo como uma porca.
Comendo fezes humanas
Bebendo urina e vinho
Morro, louco de vergonha
De vergonha de morrer.
(Publicado na antologia “XI Komedi”, da editora Komedi, São Paulo, 2007 e na antologia “O Amor na Literatura”, da Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2006)