A QUEDA DO SHERIFF
“Elegia a um Barão Vip”
Há muitos sheriffs na terra
Qual deles na melhor versão
A todo o momento fazem guerra
Mas quase sempre em contramão.
De projecção em projecção
Gostam d´ estar na alta berra
E, com fardas de presunção,
Há muitos sheriffs na terra.
Seus lemas são os protagonismos
Com pessoal empenho e paixão
Desprezam todos os realismos,
Qual deles na melhor versão.
Gostam de agradar a todos
P´ la vaidade que isso encerra
Mas, por feitio e maus modos,
A todo o mundo fazem guerra.
Neste horizonte, um tal sheriff
Com o seu tique espertalhão,
Fez questão de andar ao despique
Mas quase sempre em contramão.
Embebeu-se em demagogia
Com ambicionada estaleca
Mas, com balas de pontaria,
Só dá tiros de pólvora seca.
Em bailado de bola e afins,
Com negócios de todo o jaez,
A quem se opõe oferece patins
Arranjando logo outro freguês.
Subiu, subiu de ano para ano
Tornando-se um super-barão,
E, com vocação para tirano,
Fez-se Vip no reino do Leão.
Surgiu, porém, a concorrência
Pois ninguém gosta de perder
E daí nasceu a violência
De um “tsunami” de estarrecer…
Em negócios contratuais
De um campeonato da Bola
Levantou tais ondas abissais
Que lhe bloquearam a tola.
O que trepara ao pedestal
Foi descendo, degrau a degrau,
E até à derrota final
Tudo se transformou em mau.
O sheriff, que era um barão
Nas reles artes do vinagrete,
Mandou avançar um esquadrão
Contra os “artistas” de Alcochete.
E foram tais os malefícios,
Que já não há Barão que resista:
Na queda de mil desperdícios
Saiu-lhe má-sorte imprevista.
Houve fórum, ardeu a Arena
Com boletins incendiários
E o Scheriff ficou fora de cena
P´ la força de ventos contrários.
Barão morto, Visconde posto,
Não sei se é fado ou s´ é elegia,
No reino do Leão, a contragosto,
Quem impera é a Fantasia!
Frassino Machado
In ODIRONIAS